segunda-feira, 28 de abril de 2008

A trajetória de uma patriota

Nascida do calor de Cuiabá ,quando Mato e Grosso a deixara sem grandes satisfações, se colocava a imaginar algo maior, grande e violento e ao partir rumo ao seu fetiche, ops...digo... sonho, que a mesma descobriu SP.
Inserida entre tantas opções de escolha, a jovem empenhou-se na busca por uma calça de couro e acaba por se perder no departamento de moda intima da Daslu, não tinha nariz empinado que conseguisse fugir do mal odor que provinha do cinza-concreto daquela cidade ou do desodorante vencido da senhora gorda da cabine ao lado. Para manter alguma idéia de individualidade, enfia os pés num salto 15 ,desfila e ostenta etiqueta, ah a etiqueta, que sorte infeliz!!
Ao passar pela sessão de moda formal, a danada da etiqueta se enrosca em uma arara,movida pelo ato desavergonhado de expor sua semi-nudez, arranca das mãos de uma senhora "tia do colegial" seu vestido composto,a atenção do alunato a cabia apenas como uma escassa entrada , ela queria e teria como prato principal a noite paulistana.
A boate servia o seu desdém como aperitivo aos convidados famosos, já enjoada dos tons monocromáticos que a grande capital imprimiu em sua rotina, se empenha em um plano de fuga com direito a um “pit stop” ao balcão do bar para brindar a sorte de um plano audacioso... depois da quarta, quinta dose a boate gira, são Paulo gira.
"Stop! a vida parou ou foi o ... ô.... garçon,mais uma dó, ic, dóose,sim !!?"
Todo o caos metropolitano se desfez, só resta em sua memória o som das buzinas,dos alarmes e alarmada percebe que a paisagem ao seu redor mudara, a brisa morna que emaranha seus cabelos já não era um playboy a chama-la de meu bem,o verde lhe parecia estranho aos olhos e a medida que o calor toca o seu corpo, a insegurança sede lugar para a alegria de retomar as memórias da sua juventude (onde no Mato ela tinha o Grosso ) é tocada pela orgástica experiência onde em busca de prolongar o seu prazer,entra em comunhão com a natureza e resolve num bar próximo tomar suco de clorofila e comer alguns galinhos no azeite.
Chegou a um boteco onde só a serviram cana com serigüela, o garçom liga a tv , todos estão com a expectativa de assistir a partida de futebol: Argetina X Brasil.Comovida pelo repentino patriotismo daquele público, resolve agarrar a bandeira e seguir com uma mão no peito e a outra no mastro a levantar o orgulho do ser brasileiro.Hoje é flagrada pelas esquinas da capital paraibana a cantar:
"Ouviram no Impirannnnnnnnga as margens pláaaaaaaaaaaaaacidas..."
No bebe ao som do blues com a cor rubra estampada na face e munida de um tom alterado de voz que ela se manisfesta :
-"Vocês querem fazer o favor de parar de falar besteira?"

Cenas para o próximo capítulo, vote em uma das opções:

opção A: Aventuras culinárias: como adotar lombras lúcidas
opção B: Adote você também um nerd de bolso!
opção C: Uma problemática de gênero: como fisgar um hetero em uma boate gay!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sobre(a)mesa Surpresa

Em gradientes:
(desprovidos de hierarquia):
-sal grosso
-uma frigideira grande
-uma pitada de açúcar
-sonhos (quaisquer encontrados na imaginação ou na gaveta)
-modo inglês (molho escuro estereotipado,concentrado em regras e pudores)

O pré-trato:
Na frigideira grande doure os sonhos
quando o azul se desbotar em cinza
jogue sal grosso para apaziguar o amargo na língua
Mas não adianta careta não, mais azedo que o limão
Será a pitada de açúcar a se multiplicar,adoçar e anunciar
uma nova ilusão
mãos trêmulas na presença de um “eu te disse”
irão derrubar o modo inglês,
regada a muitas distrações e palavrões
a gororoba estará servida!

Modo de sentir:
Recomenda-se servir esta iguaria ainda quente
em pequenos clichês, algumas doses de anti-ácido
caírão bem para acompanhar a ressaca moral do dia
em que você já não mais possa se reconhecer no outro.
Sobre a mesa : mais receitas!